MS enfrenta surto de sarampo, doença que estava erradicada
Com cinco casos confirmados somente este ano, alerta se acende, já que doença apresenta risco de morte
10/06/2020 09h30
Por: Deyvid Santos
Vacina é principal forma de prevenção à doença. (Foto: Henrique Kawaminami)
MATO GROSSO DO SUL (MS) - No ano passado, de acordo com a SES (Secretaria de Estado de Saúde) foram duas confirmações. Vale destacar que Mato Grosso do Sul não registrava casos de sarampo desde 2011. Até o momento, não houve óbitos pela doença no Estado e todas as confirmações são de habitantes de Campo Grande.
Boletim recente da Secretaria Estadual indica que dos cinco casos confirmados este ano em MS, três são mulheres e dois homens entre 21 e 53 anos de idade. Entre eles, há apenas dois casos de pessoas que podem ter sido contagiadas durante viagem: uma à França, em janeiro deste ano e outra ao Rio de Janeiro, em março.
Com isso, conforme a SES, "os três restantes estavam em Campo Grande sem história de viajem, mostrando a circulação do vírus no município".
A SES destaca ainda que "o último caso de sarampo registrado em Mato Grosso do Sul foi em 2011. Em 2015, o Brasil havia registrado o último caso da doença, no Ceará. Devido a isso, o país chegou a ganhar, em 2016, o certificado de eliminação do sarampo e em 2017 houve a manutenção do Certificado de Eliminação do Sarampo no Brasil".
Fonte: SES / Arte: Thiago Mendes
Em 2019, no Brasil, 15 pessoas morreram da doença, que voltou com força principalmente no Estado de São Paulo, onde 15,3 mil foram infectadas e 14 faleceram. Este ano, já são 3.629 pessoas infectadas pela doença no País e quatro óbitos.
Um dos maiores riscos do sarampo, é seu fácil contágio. De acordo com a gerente técnica de doenças agudas e exantemáticas da SES, Jakeline Miranda Fonseca, "o contágio por sarampo também pode ser por dispersão de aerossóis com partículas virais no ar, em ambientes fechados, como escolas, creches e clínicas. O vírus permanece ativo e contagioso no ar ou em superfícies infectadas por até 2 horas".
Combate e prevenção – Uma das únicas formas de prevenção à doença é a vacina, que é obrigatória em crianças de 6 a 12 meses de idade. Durante o ano passado e ainda este ano, campanha é realizada para imunizar tanto crianças quanto pessoas entre 20 e 49 anos.
Jakeline afirma que, "para a prevenção, é importante ter no mínimo duas doses da vacina contra o sarampo, disponível no SUS, conforme Calendário Vacinal recomendado pelo Ministério da Saúde".
Além disso, explica não haver tratamento específico contra a doença depois que a pessoa se infecta com o vírus. "Os medicamentos são utilizados para reduzir o desconforto ocasionado pelos sintomas da doença. Para crianças é recomendado suplementos de vitamina A para redução da morbimortalidade e prevenção das complicações pela doença, conforme orientação médica", afirma.
Entre os adultos imunizados em 2020, são 71.261 em Mato Grosso do Sul, segundo o Ministério da Saúde. Entre crianças de 0 a 5 anos, foram 157.502 imunizações em 2019.
Dentre os principais sintomas da doença estão febre e feridinhas vermelhas na pele, acompanhados de um ou mais dos seguintes sinais e sintomas: tosse, coriza e conjuntivite.
A maioria das mortes relacionadas com o sarampo são causadas por complicações associadas com a doença, já que muitas pessoas desenvolvem conjuntivite, pneumonia e infecções no ouvido em decorrência dela. Complicações são mais comuns em crianças menores de cinco anos de idade, ou adultos com mais de 20 anos de idade.
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