Dois veículos para o setor do programa Bolsa Família

Com novo veículo, Prefeitura espera agilizar trabalhos do CRAS
Exemplo Nova Independência 
CASTILHO – Visando atender as centenas de famílias beneficiadas do programa Bolsa Família, a Prefeita Fátima Nascimento confirmou a aquisição de dois veículos para o setor. Segundo a Prefeita, os veículos estão sendo adquiridos com recursos destinados ao próprio Bolsa Família e não pode ser usado em outra área da Administração. Outras cidades da região, como Nova Independência (foto), também adquiriu um veículo para a mesma finalidade.
Alguns castilhenses chegaram a questionar o anúncio feito pela Prefeitura sobre a compra dos carros destinados ao Departamento de Promoção e Assistência Social, alegando que a Administração possui outras prioridades e que os automóveis existentes neste setor são suficientes para atender os trabalhos desenvolvidos pela equipe. Mas não é isso que revelam números disponibilizados esta semana pelos gestores dos principais programas sociais.
De acordo com Fabiano Ferreira de Souza – gestor do Programa Bolsa Família em Castilho, aproximadamente 3.200 famílias encontram-se registradas atualmente no CadÚnico – Cadastro Único utilizado pelos governos Federal e Estadual para coletar dados e informações com o objetivo de identificar todas as famílias de baixa renda existentes no País e que dependam de alguns dos principais programas sociais mantidos por estas esferas do governo.
Neste cadastro são registradas apenas as famílias com renda mensal de até meio salário mínimo por pessoa.
Este número revela que pelo menos a metade dos castilhenses contabilizados pelo IBGE encontra-se em algum estado de vulnerabilidade e que eventualmente precisam de algum tipo de assistência.
Segundo Fabiano, deste valor global, estima-se que pelo menos 15% são assistidos continuamente com medicamentos, fraldas, cestas básicas e outras necessidades urgentes identificadas pela equipe multidisciplinar que compõe o CRAS – Centro de Referência da Assistência Social.
“Este número de famílias registradas no CadÚnico coloca Castilho entre os municípios de Pequeno Porte II, conforme os critérios do CRAS. Para atender as necessidades destas famílias, nossas equipes precisam visitar seus lares para constatar o grau de vulnerabilidade. O grande problema neste caso é o tamanho de nosso município, considerado o terceiro maior na região de Andradina e onde está concentrado o maior número de assentamentos rurais da região. Também é importante lembrar que alguns destes assentamentos estão situados há mais de 30km da sede administrativa do município”, explica o gestor.
A assistente social Margarida Loppo, coordenadora do CRAS, é ainda mais precisa. Segundo ela, cerca de 2.500 famílias são continuamente atendidas mensalmente pelo Centro de Referência.
DÉFICIT HERDADO - A quantidade de veículos disponíveis para realizar estas visitas diariamente e o estado de conservação dos automóveis está longe de ser considerado ideal para agilizar a assistência às famílias. Isso sem contar aqueles moradores não registrados no CadÚnico e que, eventualmente, acabam precisando de algum tipo de assistência emergencial.
“Quando os veículos estão realizando visitas domiciliares já agendadas, fica difícil o atendimento de urgência, o que acaba gerando descontentamento entre a população”, acrescenta Fabiano.
Quando o gestor fala em “veículos”, ele está considerando os automóveis particulares dos profissionais ligados ao CRAS e automóveis cedidos pelo Departamento de Saúde, que têm atuado em “rede” com o setor de Promoção Social. O motivo é explicado por Margarida:
“Quanto à frota própria do setor, ela está resumida a um único carro pertencente ao Fundo Social e é este veículo que atende todos os programas”, enfatiza. Esta realidade até então desconhecida pelos castilhenses que não trabalham no setor, tem dificultado as ações do CRAS, que cuida diretamente do Bolsa Família.
A compra dos novos veículos irá diminuir este problema, mas não solucioná-lo como se espera. Além disso, o carro será adquirido com verba recebida do Governo Federal, que controla a aplicação dos recursos de forma rigorosa para evitar seu desvio para áreas não pertencentes aos programas sociais mantidos pelo Estado e pela União.
“Portanto, esta verba não pode ser destinada a Educação ou Saúde, por exemplo. Deve ser aplicada exclusivamente na assistência às famílias em situação de vulnerabilidade”, finaliza Fabiano.
Margarida concorda com o gestor. “Com o veículo próprio, acredito que os atendimentos domiciliares, principalmente em nossa imensa área rural, serão agilizados”, conclui.
CONSELHO – Válido lembrar que os dois veículos estão sendo adquiridos com o aval do Conselho de Assistência Social que analisou as deficiências do CRAS e aprovou a compra do mesmo. Integram o Conselho membros de diversas entidades sociais e filantrópica do município.


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