Emergência em Roraima muitos Venezuelanos

Comitiva do governo vai a Roraima avaliar situação dos imigrantes venezuelanos 


Foto de Jorge William /Agência O Globo - Jorge William / Agência O Globo
 Diante da grave crise humanitária na Venezuela e da entrada de muitos venezuelanos no País, o governo federal prepara uma comitiva – com representantes da Casa Civil, Defesa, Justiça e Gabinete de Segurança Institucional e outros ministérios – para monitorar a situação dos imigrantes venezuelanos e definir ações sociais e governamentais. O governo pretende fazer uma espécie de recenseamento do número de refugiados para poder criar planos que possam atender parte da população, sem prejudicar ainda mais os serviços e a situação local.

Uma das medidas em estudo pelo governo brasileiro é restringir a entrada de refugiados do país vizinho. O fechamento da fronteira, entretanto, segundo fontes, só será colocado em prática após um recenseamento. A data da visita da comitiva ainda está sendo fechada, mas técnicos da Casa Civil já desembarcarão em Roraima no dia 8.

De acordo com o ministério da Justiça, os pedidos de refúgio têm crescido bastante. Em 2016, foram 3.356 solicitações, já no ano passado o total registrado foi de 17.865 venezuelanos. Fontes com acesso as negociações ponderaram que o número é mais expressivo já que “milhares” de venezuelanos entram sem qualquer registro.

A Casa Civil vai coordenar o trabalho de recenseamento, mas diversas outras pastas farão um trabalho conjunto parar tentar minimizar os danos aos cidadãos venezuelanos e brasileiros de fronteira. No caso da vistoria desta semana a coordenação dos trabalhos será feito pelo GSI. Roraima é o Estado que mais tem sofrido com a entrada de venezuelanos. Os venezuelanos entram no país por ali e instalam-se na maioria das vezes na capital Boa Vista e na cidade de Pacaraima.

Além da possível restrição da entrada de venezuelanos, o governo estuda também a possibilidade de construir locais para abrigar os refugiados.

Ontem, em cerimônia no Palácio do Planalto, o presidente Michel Temer assinou o Decreto sobre o Documento Provisório de Registro Nacional Migratório. “Agora, o solicitante de refúgio ganhará um documento que dará acesso à carteira de trabalho, ao CPF, à possibilidade de uma conta bancária. Essa, naturalmente, é medida que fortalece a dignidade de quem está em circunstância, convenhamos, vulnerável”, disse Temer. “É, na verdade, medida benéfica do mesmo modo para a segurança do Estado brasileiro, porque nós autoridades teremos informações mais completas sobre o universo dos solicitantes de refúgio”, completou.

Ranking do Ministério da Justiça mostra que os venezuelanos foram os que mais pediram refúgio ao governo brasileiro no ano passado (17.865). Entre as nacionalidades que mais recorreram ao Brasil em 2017 solicitando refúgio estão os cubanos (2.373 pedidos), haitianos (2.362), angolanos (2.036), chineses (1.462) e senegaleses (1.221). Os sírios, que vivem anos de guerra civil em seu país, aparecem em sexto no ranking com 823 pedidos de refúgio ao Brasil.



Itamaraty

Nesta terça-feira (06), o Ministério das Relações Exteriores divulgou uma nota afirmando que o governo brasileiro “repudia o sistemático e inaceitável empenho do regime autoritário venezuelano em eliminar da atividade política partidos, frentes e personalidades da oposição”. “A invalidação pelo conselho nacional eleitoral do partido Primer Justicia soma-se à inabilitação das agremiações Mesa de la Unidad Democrática e Voluntad Popular e à cassação dos direitos de Leopoldo López, Antônio Ledezma, Maria Corina Machado, Henrique Capriles, Freddy Guevara e David Smolanski, entre outros, como uma evidência a mais do absoluto desapreço das autoridades venezuelanas pelo pluralismo político e partidário”, afirmou.

“O governo brasileiro reitera sua convicção de que a reconciliação do povo venezuelano haverá de resultar de diálogo de boa fé com ampla participação das forças da oposição e da sociedade civil, em busca de uma saída pacífica para a crise que tanto aflige esse povo irmão”, completa a nota.



Fonte: Com informações Estadão Conteúdo








Crise da Venezuela cruza a fronteira e invade o Brasil

 Fonte : Schneyder Mendoza/AFP


A chegada cada vez em maior número de venezuelanos a Roraima, Estado que faz fronteira com a Venezuela, está criando sérias dificuldades para as autoridades locais.

Saúde e educação, de acordo com a secretária extraordinária de Relações Internacionais do Governo de Roraima, Veronica Caro, são os setores que mais preocupam, já naturalmente sobrecarregados com a população local.



© REUTERS/ MARCO BELLO




Diante do cada vez maior número de venezuelanos em Roraima, a ONG Human Rights Watch (HRW) divulgou um relatório em que pede às autoridades federais para conceder recursos adicionais ao Estado, de modo a fazer face ao atendimento tanto aos roraimenses quanto aos venezuelanos que não param de cruzar a fronteira.




A Human Rights Watch estima que, desde 2014, 12 mil venezuelanos entraram em Roraima, porém Veronica Caro diz que não é possível citar um número exato. Nesta quarta-feira, 19, a secretária de Relações Internacionais participou de uma reunião com a Polícia Federal e perguntou se a instituição dispunha de números. A resposta que recebeu foi de que não é possível estabelecer uma cifra exata, já que entre os migrantes da Venezuela há indígenas (que não passam por controle de fronteira), transitórios – os que vão para Roraima (e, em especial, à cidade fronteiriça de Pacaraima) apenas para comprar os gêneros básicos que não encontram mais na Venezuela – e os que chegam com a intenção de ficar. Veronica Caro acrescentou que, caso haja uma insistência por números, deve-se calcular algo entre 7 mil e 10 mil venezuelanos em Roraima.



© AP PHOTO/ FERNANDO LLANO

Em entrevista exclusiva à Sputnik Brasil, Veronica Caro diz ainda que "a Venezuela está vivendo uma situação muito delicada", o que explica os deslocamentos de venezuelanos para Roraima, mas a secretária destaca que, mesmo com toda esta massa de migrantes, jamais ouviu qualquer cogitação de que o Brasil poderia fechar a fronteira com a Venezuela.

Na segunda-feira, 17, a Governadora Suely Campos (PP) afastou-se do comando do Executivo de Roraima. Seu cargo está sendo exercido pelo vice-governador Paulo César Quartiero (DEM). Informações divulgadas pela mídia, no início desta semana, dão conta de que Quartiero pediu à Polícia Militar que reforce a segurança na fronteira a fim de evitar que mais venezuelanos entrem em Roraima através do município de Pacaraima. Quartiero teria dito, ainda segundo a mídia, que "a nossa prioridade é Roraima, o habitante de Roraima. Este que paga nosso salário. Nós temos que atender ele. A questão humanitária tem a ONU, tem nações ricas que podem ajudar. Nós estamos no limite."




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