Sumiço no Rio Parana a empresa Fibria, em Três Lagoas, se posicionou sobre o assunto

Em Castilho, pescadores criticam Fibria, CESP e querem apoio para legalizar o Pontal




(Foto: Moisés Eustáquio/jornalimpactoonline)


A empresa Fibria, em Três Lagoas, se posicionou a respeito de denúncias feita por pescadores de estar assoreando e poluindo o Rio Paraná, causando o “sumiço” de peixes nas imediações onde explora sua indústria, a cerca de 6 km à jusante do bairro Pontal e a 2 km da confluência com o Rio Aguapei [Feio].

Após ouvir críticas de dois pescadores e donos de ranchos, Francisco de Assis e Sinval Nunes dos Santos, o Sini, de que a empresa era suspeita de degradar o meio ambiente, a reportagem do Impacto Online contatou a assessoria de imprensa da mesma.

Segundo a dupla, o “Barranco Vermelho”, importante ponto de pesca no lado sul-mato-grossense do rio, agora explorado pela indústria, reduziu drasticamente a quantidade de peixes naquele trecho após a canalização de efluentes e até se aproximar do local virou risco.

A reportagem registrou uma enorme erosão de solo no canal pluvial que lançou toneladas de terra vermelha para dentro do rio, dificultando a navegação no local.

NOTA DA EMPRESA

“A turbulência e a espuma observadas no rio Paraná, na saída do emissário de efluentes tratados da unidade industrial de Três Lagoas (MS), foram ocasionadas pela entrada de ar na tubulação, o que já foi solucionado”.
“A espuma não é prejudicial à saúde humana, nem à fauna e nem aos peixes. A turbulência também já cessou. As fortes chuvas que atingiram o Mato Grosso do Sul também causaram uma erosão do solo na região do canal pluvial da Fibria, levando parte da terra próxima da tubulação para dentro do rio Paraná, sem impacto no meio ambiente. A empresa já está se mobilizando para refazer a estrutura”.

“Todos os processos de produção da Fibria são devidamente monitorados e atendem aos padrões exigidos pelos órgãos ambientais na licença de operação da empresa.”

MAIS FISCALIZAÇÃO

Assis e Sini também observam que a vida do rio está acabando e apelam por mais fiscalização da Polícia Ambiental. Até sugerem ações no único acesso ao Pontal, a partir da vicinal SPV-8, no local conhecido por “Igrejinha”.

ESTRADA E LEGALIZAÇÃO DO PONTAL

Criado na década de 80, o Pontal agrega 54 ranchos, grande parte para servir ao turismo, mas de acordo com Sini, inexiste no mapa do Município e entende que a Administração precisa mudar essa situação começando pelo cadastramento de moradores. Não se pode negar que a região é uma das preferidas dos pescadores, mas boa parte da estrada é de terra batida e o asfalto deixa a desejar.

É que os habitantes temem nova desapropriação pela CESP, que é responsável pela área formada pela barragem de Itaipu, a exemplo do que ocorreu na extinta Barra do Rio Feio, confluência com o rio Aguapei, onde todas as famílias foram retiradas.

E a CESP também recebe críticas dos pescadores porque não cumprir acordos firmados com o Ministério Público de soltar peixes no rio, como vem fazendo a nova concessionária de Jupiá, a CTG, em pouco tempo de atividades.

E de quebra a empresa paulista não fiscaliza os serviços contratados para reflorestar a Ilha Comprida, anualmente vítima de várias queimadas, denunciam Assis e Sini. Esse último afirmou que um funcionário da CESP visitou o bairro tempos atrás e mentiu dizendo que a CTG seria a responsável pela jusante de Jupiá.

FECHA OU LIBERA?

Os pescadores só divergem quando o assunto é a liberação da pesca da “bananinha”, do “porquinho” e do tucunaré no período da piracema. “Nessa época a atividade deveria ser paralisada porque os profissionais recebem o seguro defeso e acabam sendo estimulados à pesca predatória, a exemplo de turistas, com isso dificultando a fiscalização”, avalia Sini.

Assis discorda e diz que só infringe a lei quem quer, acredita na existência de pescadores irresponsáveis, mas ressalta que nunca viu e não aceita peixes fora de medida em seu rancho.
Fonte: Moisés Eustáquio jornalimpactoonline





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